O que é a felicidade?
Taí uma questão antiga, que mobiliza pensadores e poetas desde a Grécia Antiga, mas nunca ninguém chegou a um consenso.
A mitologia grega narra a história de Trofônio e Agamedes, dois grandes arquitetos da antiguidade, que como pagamento pela construção de um templo magnífico, ganharam de Apolo um saco cheio de moedas de ouro, mas morreram de felicidade após sete dias de farras ilimitadas, justamente no dia em que iriam ganhar um prêmio ainda maior pelo trabalho realizado.
A fábula dá uma pista da complexidade do tema, afinal, a Felicidade está mais no caminho do que no destino.
Mas o que faz as pessoas felizes?
Num mundo consumista como o que vivemos, é natural que a gente acabe confundindo a felicidade com a busca por coisas: relógios, celulares, carros, bolsas, objetos. Mercadorias.
É claro que as coisas têm sua importância e seu valor, às vezes até sentimental, mas na maioria dos casos, o que verdadeiramente traz felicidade a longo prazo são experiências, viagens, momentos que passamos com os amigos ou a pessoa amada, uma aventura, um desafio ou a busca de novos conhecimentos.
Parece um pouco contraintuitivo, porque as coisas físicas duram e as experiências se consumam no tempo, mas a verdade é que as coisas nos trazem um prazer imediato muito grande e depois perdem importância com o tempo, porque nos acostumamos a elas, enquanto as experiências duram pra sempre. Viagens, por exemplo, geram felicidade antes da viagem, enquanto você planeja e sonha com ela, durante e depois, com as experiências que vai carregar dentro de você.
Pesquisadores da Universidade de Cornell nos EUA chegaram a essa conclusão também.
Porque as coisas são externas, elas vivem FORA de você.
As experiências, ao contrário, vivem DENTRO de você, elas são parte de quem você é e ajudam a construir a história da sua vida.
Daqui a 10 ou 15 anos é pouco provável que você lembre ou sinta felicidade com as compras que fez no passado, mas as viagens e os bons momentos que viveu estarão pra sempre guardados dentro da sua memória, da sua alma e do seu coração.
Porque as melhores coisas da vida não são coisas.
*Texto de Alexandre Correa Lima.