Um bom dia ou um mau dia: a cada amanhecer escolhemos um dos dois.
Ou seja, escolhemos levantar com o pé direito ou com o esquerdo, ser ou não felizes, encarar o dia com ou sem energia, correr ou não atrás do sucesso.
Decidimos também pelo amor verdadeiro ou pelas paixões passageiras, nos comprometer ou não com outra pessoa e ser ou não alguém na vida.
Definimos se queremos lutar contra a maré ou apenas ir levando, ser os donos de nosso nariz ou empregados de outrem, estar em um trabalho ruim ou buscar algo melhor, respeitar ou desrespeitar, ser gentis ou grosseiros, estar certos ou errados, estressados ou tranquilos.
Ou seja, sempre há escolhas a fazer.
Mas não entendo por que, mesmo com livre-arbítrio, há quem prefira ter um mau dia, acordar com o pé esquerdo, etc. Será que essas pessoas sabem exatamente aonde desejam ir e o que as motiva a fazer tais escolhas?
Afinal, para os que não sabem claramente o que querem e aonde querem chegar, tanto faz a opção. No entanto, essa falta de rumo custa caro, pois desperdiça, no mínimo, muita energia.
Ora, a vida não tem sido fácil para ninguém.
Diante de tantas desgraças a que assistimos, às vezes chegamos a acreditar que a melhor alternativa seria adotar o exemplo do avestruz, saindo à procura de um lugar para esconder a cabeça e dali não a tirar mais. Mas a vida continua. E continua a toda.
Nos últimos anos, tenho sido um ávido observador das pessoas e de seus sistemas e momentos. Aqui tenho que abrir um parêntese e explicar um pouco sobre esses sistemas.
Diversas linhas da Psicologia e da Administração atestam que, cada vez mais, as pessoas vivem vinculadas a um sistema. Ou seja, tudo está interligado.
Empresas não são departamentos isolados, mas sim sistemas de departamentos, que juntos formam uma organização a qual, por sua vez, é única.
Pessoas são sistemas divididos em seus diversos meios e ambientes, mas que fazem parte de um conjunto que as define como um todo.
Cada indivíduo tem o seu sistema, o qual é composto por áreas que abrangem toda a sua vida. São elas: familiar, espiritual, profissional, financeira, econômica, físico-mental, social, qualidade de vida e pessoal.
Como partes de um todo, elas estão interligadas e se encaixam completamente. Não adianta uma pessoa ganhar R$ 50 mil, mas ter uma família desestruturada e não gozar de qualidade de vida.
Assim como não adianta você encontrar seu grande amor, a tampa de sua panela, a metade de sua laranja, o traço do seu T, e o pingo do seu ?I?, se você e esse alguém moram em uma casinha de sapê, que na primeira chuva se vai, levando consigo a estabilidade emocional do casal.
O que fazer então?
De início, uma boa alternativa é estabelecer os rumos de sua vida em todas as áreas (ou sistemas) descritas anteriormente.
Desse modo, seus objetivos e metas tornam-se mais claros, o que facilita deveras a escolha pelos caminhos que poderão conduzir a seus sonhos. Conseqüentemente, criam-se as condições para que você deixe de estar à deriva e seja mais feliz.
Sabendo o que se quer e quando se quer, é mais natural escolher por acordar com o pé direito, ter um bom dia, esbanjar alegria e gentileza, dar risada, respeitar e ser respeitado, e assim por diante.
Porém, é importante dizer que a felicidade almejada se alcança, logicamente, com perseverança, dedicação e amor.
Embora esse não seja um presente que cai do céu, até a sorte parece mudar a partir das escolhas certas.
* Texto retirado do blog do Alexandre Baer e reproduzido aqui no Clube do Palestrante.
Foto de capa: Foto de Caleb Jones