Pensar no “pra que” é sempre mais desafiador do que no “por que” afinal, justificar é mais fácil e mais simples do que buscar finalidade, objetivo, propósito. Te contar pra que estou aqui é estar falando de propósito e passa pelo fato de ter chegado a hora de falar um pouco sobre mim. Ou seja, eu resolvi fincar meu pé por aqui e passou a fazer sentido me expor um tanto mais.
Com uma história profissional consistente no mundo físico, vim aos poucos me aproximando do virtual e agora estou aqui, de peito aberto e cabeça cheia (inclusive com um montão de dúvidas). Essa chegada não foi rápida e nem fácil, talvez eu nem tivesse outra opção, mas está valendo muito a pena.
Busquei cursos, orientações, bati cabeça sozinha, e descobri que pra atuar no digital tem fórmula, modelo, sistema. Afinal, tem gente que ensina a falar, a rir, a agradar, a desagradar, a escrever e a tudo o mais que pareça pertinente a esse universo novo e intenso ao qual ainda estamos nos adaptando. Como uma estudiosa por natureza, assisto, leio e ouço muita gente, mas filtro apenas o que é coerente comigo.
Se tem um “pra que” bem forte, é pra ser autêntica.
Estou aqui pra, do meu jeito, compartilhar conhecimento que possa ser útil a você que me acompanha. Não tenho a menor pretensão de trazer algo inédito enquanto conteúdo, mas na forma sim. O que eu falo sobre carreira, lideres, liderados, ambiente profissional, treinamento, resultado, meta, inovação, resiliência ou qualquer outro tema dentro da gestão profissional, é sempre o resultado da mistura entre o que estudo e o que vivo. É a minha fala, elaborada a partir do meu olhar, é a minha forma de explicar.
Estranhamente, isso significa que comecei a construir essa nossa conexão há mais de 30 anos, quando eu ainda estava na UFRJ cursando Administração de Empresas. Formada por uma ementa curricular do século passado, trago de lá o que hoje chamo de sólido embasamento histórico. Apesar disso, foi lá que aprendi o poder das muitas possibilidades e que até hoje influencia o meu jeito de ver a vida e de traduzi-la para meus alunos e, agora, “seguidores”. Aprender que livre é aquele que tem opção de escolha fez com que eu sempre me empenhasse em criá-las. Assim também, foi esse aprendizado que me possibilitou mudar a rota toda vez que eu percebia que estava deixando de ser eu, que estava perdendo minha autenticidade.
Reinvenção profissional é o desafio de quem quer mais da vida
Não vou tomar seu tempo contando quantas vezes já me reinventei profissionalmente, mas vou te dizer que nunca foi fácil. Não sou daquelas pessoas que tudo que faz flui com naturalidade, que atinge suas metas no tempo previsto. Na verdade sou daquelas que, como a maioria, rala muito. Bato cabeça, me decepciono, me sinto sozinha, me reinvento. Já tive muitas conquistas, tenho orgulho da minha trajetória profissional. Nesse sentido, sei que isso é fruto de que não desisto de nada no meio do caminho. De uma forma ou de outra, eu coloco os pontos finais pra que eu possa seguir adiante, do meu jeito.
Eu não me permito me perder de mim mesma e, nesse sentido, queria que todos se atentassem pra esse encontro tão individual. É triste ver as pessoas abrindo mão de si mesmas em troca de coisas que são passageiras. Fica a sensação de que estão inertes, incapazes de tomar as rédeas da própria vida, que ficaram sem opção de escolha e por isso não são livres. Observando que esse comportamento se tornou comum nos ambientes profissionais, foi me dando uma vontade louca de gritar pro mundo que eu poderia ajudar a transformar essa situação e tive que buscar um canal que facilitasse a minha comunicação direta com cada um e com muitos ao mesmo tempo.
Foi então que eu, sendo muito eu, desenvolvi o Método Resiliência Reversa, montei o curso online AlavanqueSuaCarreira e mergulhei no poder das possibilidades dos relacionamentos digitais. Fazendo palestras online, lives, vídeo-aulas, interagindo com as pessoas que buscam orientação para carreira, entendi que estou aqui pra que eu possa contribuir para a transformação dos ambientes profissionais.
Pra que eu possa ser protagonista no processo de mudança do universo profissional.
Me entristecem as pesquisas que apontam para altos índices de frustração profissional em trabalhadores jovens. Trabalhar é pra ser bom! Seja como for, é nossa oportunidade de aprender sobre coisas diferentes, de desenvolver habilidades sociais, emocionais e cognitivas. É a partir dos resultados de nosso trabalho que conquistamos a admiração e a confiança daqueles que nos são queridos e alimentamos nossa autoestima.
Criar um ambiente propício para que ocorra essa transformação pode sim ser uma iniciativa individual. Você, mudando seu comportamento frente àqueles que te cercam, tem o poder de influenciar pessoas e transformar tudo. Da mesma forma, se o entorno não mudar, você se destacará tanto que, muito provavelmente, se tornará profissionalmente recomendável e desejável. O meu papel nisso tudo é te mostrar como fazer isso.
Eu acredito na humanização das empresas e aposto que elas só se tornarão uma realidade quando líderes e liderados passarem a falar a mesma língua. Por outro lado, ainda acho que vai demorar para vivermos essa realidade. Enquanto isso não acontece, sigo aqui me esforçando pra levar conhecimento para quem está nas áreas operacionais das empresas. Aqueles que carregam o piano e que estão presentes em todo tipo, tamanho e segmento de empresa, sem voz possibilidade de crescimento profissional, precisam de mais atenção e intenção.
* Texto retirado do blog da Tatiana Livramento e reproduzido aqui no Clube do Palestrante.
Foto de capa: Foto de Andrew Seaman